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Minha memória é esquisita. Eu consigo lembrar de como fiquei decepcionada quando minha amiguinha Tatiane não entendeu o que eu queria dizer sobre estar de gravata vermelha após subir 10 andares de escada, correndo. Lembro do meu choque quando um coleguinha lambeu uma roupa da minha Barbie. Lembro que roupa eu estava usando no dia que dei meu primeiro beijo, de que perfume eu usava em uma das melhores noites da minha vida e de algumas manias de amigos, como a Sany, que falava tudo no diminutivo, e a Nana, que sempre dava epítetos engraçados para as pessoas como “Tatiane ‘Vamos Entrevistar o Lula'”.

Mas eu não consigo lembrar do meu cpf, o número do telefone e do cep daqui de casa e a data de vencimento dos meus cartões. Legal, né?

***

Final de semana com três novos filmes, todos acima da média, pelo menos. E fui eu que escolhi, olha só que milagre!


Sideways: bacaninha, mas não deixa de ser meio insosso. Sabe aquele filme que não tem nada de errado, mas também não tem nada que o torne de fato especial? Então. A coisa toda gira em torno da amizade de dois homens, que viajam pela Califórnia conhecendo os vinhos produzidos na região. Nenhum diálogo excepcional, nenhuma personagem que exigisse uma interpretação brilhante, nem nada. Dá para dizer que é assim, um filme mediano. Se fosse vinho desceria tipo um Almadén, hehe.


Casa de Areia e Névoa: Ben Kingsley está absurdamente fo-da no papel do militar iraniano que tenta reconstruir a vida nos Estados Unidos. O filme tinha tudo para ser um daqueles enfadonhos filmes americanos com tribunal, mas o conflito fica entre as personagens da história mesmo: Kathy teve a casa confiscada pelo município por engano, e no tempo em que tentava recuperá-la, a casa foi leiloada e vendida para Behrani. Vale assistir pela atuação do Kingsley e de Shohreh Aghdashloo como a esposa de Behrani, é realmente de ficar de boca aberta.


Em Busca da Terra do Nunca: boa história, e bem produzida. É um filme bem leve, inocente. E mesmo nos momentos em que a história fica mais amarga, ainda assim é mostrado tudo de forma bem encantadora, como o mundo imaginado por Sir James Matthew Barrie. Johnny Depp como sempre excelente (eu ainda acho que o único filme que ele escolheu mal foi o Medo e Delírio em Las Vegas), Kate Winslet mandando bem também. O visual do filme (tanto a recuperação dos trajes de época quanto os cenários) é lindo, uma pena que não tenha levado o Oscar de Direção de Arte e Costume Design (cruzes, esqueci como fica isso em português!!)

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