Eu realmente queria postar algo aqui, já que vou ficar fora até domingo. Mas tenho vinho demais e idéia de menos na cabeça.
Ho ho ho.
Um pandemônio.
Eu realmente queria postar algo aqui, já que vou ficar fora até domingo. Mas tenho vinho demais e idéia de menos na cabeça.
Ho ho ho.
Vi o Neil Gaiman (sujeito que a Ptah diz ser muito cheiroso) lendo esse trecho de Deuses Americanos na TV certa vez. Eu me apaixonei completamente, simplesmente precisava ler esse livro. Aí chegou a edição brasileira, com sua capinha chiquetoza com letras metálicas. Comecei a ler e…
… foi uma das maiores decepções literárias da minha vida. Moral da história (ou do post?): empreste os livros antes de comprá-los, especialmente se eles custarem mais de 40 reais.
Veja só, sempre que falo em dinheiro lembro daquela citação do Wilde sobre o cínico ser o cara que sabe o preço de tudo e o valor de nada. Mas não doeria em vossos corações pensar que gastaram mal um dinheiro que poderiam aplicar em uma obra como o Catatau do Leminski?
Sou só eu que calculo tudo na vida baseado em valor de livros que eu gostaria de ter? Credo, acabei de lembrar da conclusão de um top 5 meu, o Gente que quero ser quando crescer:
“A conclusão que tiro desse top 5 é que meu futuro será funesto: serei gorda, careca, anti-social e provalvelmente incompreendida. O lado bom é que talvez ganhe livros de graça.”
Hoje li uma entrevista ma-ra-vi-lho-sa com Guimarães Rosa, realizada por um alemão chamado Günter W. Lorenz. Acho que foi a primeira oportunidade que tive de conferir um pouco de que homem ele era. Do tipo filho da puta apaixonante, se me permitem o palavrão.
A começar que ele não cedia entrevistas, e exigiu que o Lorenz tratasse aquilo como um diálogo. Diálogo esse recheado de momentos como esse:
LORENZ: Isso significa que você iniciou sua carreira como lírico?
ROSA: Não, tão grave assim não foi.
O discurso do Rosa é simplesmente perfeito, e isso que ele estava falando em Alemão. Ele consegue escapar das perguntas que não queria responder com uma sutileza surpreendente. Para não dizer do valor das idéias que ele expôs nessa entrevista, valeu mesmo a leitura.
“(…) Escrevendo, descubro sempre um novo pedaço do infinito. Eu vivo no infinito, o instante não conta.”
E pensar que como diplomata ele provocou Hitler e salvou vários judeus… Outros tempos, outros tempos…
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Off with her head!!!!!!!!
Eu queria mesmo, mas já não estou mais conseguindo acreditar como antes. Quer dizer, eu estou errada sempre? Há sempre uma boa razão para me tornar a pessoa má, paranóica, mimada e idiota que parece ter compulsão por estragar tudo?
Então o que faço? Vou viver como eremita evitando tropeços na convivência com outros humanos? Tento algum curso do tipo “Surte, mas na hora certa” no Instituto Universal Brasileiro? Calo a boca e vou dormir?
É, eu vou dormir.
“Oh my ears and whiskers, how late it’s getting!”
Bom, quase terminei de assistir todos os episódios do primeiro ano da série “Six Feet Under”, uma das mais gratas surpresas no que diz respeito à Televisão nesses últimos meses. Cortesia do Orc e da Ná, que deixaram a caixa da última vez que vieram para Curitiba, hehe.
Assisti This is Spinal Tap nesse final de semana. Finalmente mais um filme riscado da lista dos filmes que nunca vi, ho ho (um dia eu chego lá!).
Bem, eu tinha enorme curiosidade sobre esse filme porque as citações sobre ele tanto no mundo do cinema quanto da música são bem freqüentes. É um “rockumentary” sobre a banda britânica de metal “Spinal Tap” e seus dias nos Estados Unidos para a divulgação do novo álbum.
Não nego que seja bem engraçado (era impossível não lembrar de documentários dos quais era fã, tipo A Year and a Half in the Life of Metallica), mas tem dois pontos que contam bastante desfavoravelmente sobre o filme:
1. A idéia não é original
Em 1978 Eric Idle (sim, o cara do Monty Python) teve a mesma idéia no filme feito para TV The Rutles. Também é um documentário sobre uma banda que na realidade não existe, mas aqui a paródia é menos abrangente: são só os Beatles mesmo.
2. Abusa dos “tipos” na hora das piadas
No começo é engraçado aquela coisa de retratar os membros da Spinal Tap como burrões, mas a coisa acaba perdendo a graça lá pela metade do filme. Eu ainda acho que as piadas que melhor funcionaram foram as dos bateristas da banda e a da capa do álbum novo.
Enfim, mesmo com isso dá para dar umas risadas. Filme bom para quando não se quer pensar em nada, digamos assim.
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Eu ia falar um tico a respeito do livro Drácula do Bram Stoker e da série Six Feet Under, mas aí meu Exploder deu pau e a única coisa que sobrou para recuperar foi o post do Spinal Tap. Então por enquanto é só, depois eu volto
De vez em quando o monitor dá uma trégua e funciona e aí eu posso colocar em prática algumas idéias de jerico que tenho. A mais recente é a falar das pessoas da minha vida (ahá!), numa coisa que eu poderia chamar de…
EU E MEUS PERSONAGENS
Eu tenho medo de vacas e não gosto de atender telefones. E é só.
Ele reclama do tempo de Curitiba o que chega a ser irônico, porque com ele não tem tempo ruim. Há, há, que trocadilho besta.
Ele é autista e ela é uma lady. Ambos são gostosos de apertar.
Cunhada e irmão, ela toda elétrica e ele todo tranqüilão. Até rimou, ho ho.
Adora dizer que faço parte de um grupo que venera “o cara que escreveu sobre duendes”.
Eu amo esse cara.
Só ele entende o que é ter uma amiga girafa. E sabe fazer panetoninhos e ouvir as pessoas como ninguém.
Diz ela que eu sou o relacionamento mais longo que ela já teve. Ela não gostou de Kill Bill.
A história de amor mais fofa que já vi até hoje. Ótima companhia para botecos e filmes também.
Não é porque é minha mãe, mas nunca conheci criatura com coração tão bom quanto o dela.
Mãe é quem cria, é o que eu sempre digo.
Irmã caçula, mas parece a mais velha. Tem toda a maturidade e elegância que eu não tenho.
Minha sobrinha mais nova. Única criatura para quem não nego nadica, nem eventuais carimbadas na parede.
Ainda acho que perdemos dinheiro não roteirizando nossas conversas.
Bang Bang,
My baby shot me down
Pronto, chega de blog.
Eu sou uma fulana legal, mas não a guria da capa. E isso explica muita coisa. ovon ed medro me sasioc sa oreuq uE
You’re lost little girl
You’re lost little girl
You’re lost
Tell me who
Are you?
I think that you know what to do
Impossible? Yes, but it’s true
I think that you know what to do, yeah
I’m sure that you know what to do…
É, eu gosto de Doors e não sei como alguém pode não gostar.
O que é pior, afinal? Seus próprios fantasmas assombrando sua vida? Você ser um fantasma assombrando a vida dos outros? Ou fantasmas dos outros assombrando sua vida? De uns tempos para cá, acho que é a terceira opção.
Bu!
***
Nossa, que absurdo:
Para Rosely, cabe aos pais ensinarem a importância dessa privacidade. Ela deu um exemplo: “É comum as adolescentes escreverem um diário. Se a mãe encontra o diário largado em qualquer lugar, tem que ler para dizer à filha que, se ela quer ter intimidade, deve saber cuidar dela. Que guarde o diário num lugar que só ela saiba”.
Fala sério. A melhor lição que se pode dar sobre privacidade é justamente demonstrar o respeito pela mesma. Tenho nove diários e minha mãe toda vida não só respeitou a questão de ser algo pessoal, como sempre me incentivou a escrever. E é justamente por isso que aprendi o quão importante é respeitar a intimidade de outra pessoa, não fuçando onde não devo.
Bleh.
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Conhecem o Primeiro Fausto, do Fernando Pessoa? Ótimo trabalho, vale a leitura. E antes que vocês digam “Ah, Anica! Você sempre diz que qualquer coisa vale a leitura só pelo incentivo ao hábito de ler!”, vale lembrar que eu considero um crime citar Pessoa só pelo “O poeta é um fingidor”. Humf.
Do Primeiro Fausto:
XVI
Vendo passar amantes
Nem propriamente inveja ou ódio sinto,
Mas um rancor e uma aversão imensos
Ao universo inteiro, por cobri-los.
Sempre penso nesses versos quando vejo um casal feliz na rua.
Eu cheguei a conclusão de que o que abala minha confiança em uma pessoa não são mentiras ou as “mentirinhas brancas”, mas as omissões. Explico: eu tenho o poder mutante de ficar sabendo das coisas mesmo que eu não queira (e na maioria das vezes eu não quero mesmo), então fico naquele meu esquema rato de laboratório, só espiando quando é que a pessoa vai falar (ou não) algo para mim.
Assim, é absurdamente decepcionante quando a pessoa não conta. Fica a sensação de que sempre haverá algo escondido, coisas das quais eu possa não saber mesmo com minha habilidade mutante (he he). E mais: que a pessoa me considera uma desequilibrada completa, que não saberá lidar com a informação.
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Nada a ver com omissões, mutantes ou decepções:
Visitem, vale a pena: 10 pãezinhos
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E a partir de hoje podem me chamar de Sister Boot Knife of Reasoned Discussion.