Ontem não teve prova mas a aula da Sandra rendeu absurdamente. Eu não penso duas vezes antes de me matricular em disciplina com ela porque é sempre um deleite a viagem cultural que ela é capaz de fazer durante as aulas.
O fato é que estávamos trabalhando com um texto pentelhérrimo do Frye a respeito dos tipos de Comédia, e eis que quando chegamos no último tipo, a Comédia Irônica, concluímos que esses são os tempos da comédia irônica: parodiamos tudo, rimos de tudo e, como conseqüência, banalizamos tudo.
O exemplo mais cru disso é fazermos piadas a respeito de balas perdidas no Rio de Janeiro. Um outro, citado pela Sandra, é o do quadro do Munch, O Grito. Segundo ela o quadro representaria o horror do Homem ao se reconhecer como agente das barbáries da Guerra. Era algo carregado de sentido, mas que no nosso tempo de paródias virou isso, isso, isso ou isso.
A banalização da Arte, assim como o esvaziamento do sentido das coisas. Pior, a paródia, a repetida paródia. Se for pensar bem, o que há novo de fato nos dias de hoje? Aqui não só no campo da Literatura, que sim, é um dos que mais sofrem com a desculpa da paródia (ou da ‘homenagem’, como diria Mick Jagger). Afinal, tudo que tinha que ser criado já está aí ou esse negócio todo é só uma acomodação mesmo?
Em tempo, fui pesquisar sobre o motivo d’O Grito e achei isso aqui. Não tem nada a ver com o que a Sandra disse, mas como gostei das conclusões a respeito da paródia, resolvi deixar os fatos reais para o fim, he he.
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Eu ia contar uma história a respeito de ladrões, medo do escuro e chaves escondidas embaixo de ursinhos de pelúcia mas acho que já blablazei demais hoje.