Hoje li uma entrevista ma-ra-vi-lho-sa com Guimarães Rosa, realizada por um alemão chamado Günter W. Lorenz. Acho que foi a primeira oportunidade que tive de conferir um pouco de que homem ele era. Do tipo filho da puta apaixonante, se me permitem o palavrão.
A começar que ele não cedia entrevistas, e exigiu que o Lorenz tratasse aquilo como um diálogo. Diálogo esse recheado de momentos como esse:
LORENZ: Isso significa que você iniciou sua carreira como lírico?
ROSA: Não, tão grave assim não foi.
O discurso do Rosa é simplesmente perfeito, e isso que ele estava falando em Alemão. Ele consegue escapar das perguntas que não queria responder com uma sutileza surpreendente. Para não dizer do valor das idéias que ele expôs nessa entrevista, valeu mesmo a leitura.
“(…) Escrevendo, descubro sempre um novo pedaço do infinito. Eu vivo no infinito, o instante não conta.”
E pensar que como diplomata ele provocou Hitler e salvou vários judeus… Outros tempos, outros tempos…
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Off with her head!!!!!!!!
Eu queria mesmo, mas já não estou mais conseguindo acreditar como antes. Quer dizer, eu estou errada sempre? Há sempre uma boa razão para me tornar a pessoa má, paranóica, mimada e idiota que parece ter compulsão por estragar tudo?
Então o que faço? Vou viver como eremita evitando tropeços na convivência com outros humanos? Tento algum curso do tipo “Surte, mas na hora certa” no Instituto Universal Brasileiro? Calo a boca e vou dormir?
É, eu vou dormir.
“Oh my ears and whiskers, how late it’s getting!”