Eu não lembro ao certo se é no livro ou no filme Alta Fidelidade que Rob, depois de ouvir da ex que ela não tinha transado com o novo namorado ainda, perguntou a Barry o que pensaria se Rob falasse que “não tinha assistido C�es de Aluguel ainda“.
Eu não sei se por isso, ou pelo fato de gostar de todos os outros filmes do Tarantino, eu sempre tive muita vergonha de não ter assistido Cães de Aluguel ainda. Ok, agora foi-se: já vi.
Dizer o quê? O filme é absurdamente foda, recheado de ótimos diálogos, personagens muito carismáticos e, só para variar, uma trilha sonora excelente. Passei a tarde toda ouvindo Stuck in the Middle with You” (que serviu de trilha para um dos melhores momentos do filme, hehe). Muito bom *mesmo*.
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Sobre o Zadig do Voltaire, ótimo modo de passar o tempo no ônibus, hehe.
O problema é que não dá para ler esse sem relacioná-lo com Cândido. Não que seja ruim, mas sabe como é, sempre se espera alguma diferença entre um livro e outro.
As estruturas são bem semelhantes: cada capítulo conta uma determinada “aventura” do protagonista, todas elas defendendo um ponto de vista. Enquanto em Cândido Voltaire discutia o otimismo de Leibniz, nesse o ponto discutido é a natureza humana.
Claro, um livro recheado de sarcasmo, ácido até não poder mais. Acho que por isso mesmo que é tão bom. Ah, e antes que eu me esqueça: assustador como determinadas coisas que ele escreveu soam tão… atuais.
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Vi “A Primeira Noite de um Homem” com o Lê. Eu achava que seria outra coisa, mas mesmo assim é bacana. Agora, foda mesmo é a cena da primeira vez do Ben com a Mrs. Robinson, ao som de Sound of Silence. Segue letra:
The Sound of Silence
Hello darkness, my old friend,
I’ve come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.
In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
‘Neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence.
And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dare
Disturb the sound of silence.
“Fools” said I, “You do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you.”
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence
And the people bowed and prayed
To the neon god they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the sign said, “The words of the prophets
are written on the subway walls
And tenement halls.”
And whisper’d in the sounds of silence.