Finalmente acabei. Não é que o livro seja chato, eu só estou sem tempo para ler coisas que não tenham a ver com a faculdade mesmo. Aliás, mesmo que esse seja meu segundo livro do Hornby, estou começando a achar que ‘chato’ não é bem o tipo de adjetivo que um dia eu vá usar para falar sobre algum livro dele.
De início: não tem nada a ver com Alta Fidelidade. Ok, tem uma brincadeira para os fãs do livro. Em dado momento o personagem dá uma passada na loja de discos do Rob. Mas para por aá.
O livro tem ótimos momentos, mas sem dúvida o que chama mais a atenção é como a história é contada. Hornby intercala os pontos de vista entre Will (o quase quarentão com alma de adolescente) e os de Marcus (o adolescente atípico). O que é mais bacana é que ele não mostra as diferenças de idéias de uma forma forçada, ao estilo “Willéadultoentãoémaiscoerente” ou algo assim.
Além disso, é legal perceber o desenvolvimento das personagens ao longo do livro. Como acontecem as mudanças sutis, principalmente como eles amadurecem convivendo. No final das contas, acho que é bem essa a idéia do livro: mostrar as trocas que acontecem entre amigos.
Com relação as personagens principais, acho que o destaque fica mesmo para o garotinho Marcus. Não sei até que ponto simpatizei com ele por ser um peixe fora d’água ou por ser um moleque de 12 anos em 1993 (é, eu fui uma moleca de 12 anos em 1993). Seja qual for a razão, o fato é que ele é bem mais carismático que o Will, e os momentos com a coleguinha Ellie são ótimos.
Acho que o segredo para fazer um personagem tão querido é que Hornby deve ter um pedaço de criança ainda. Resgatar aquele início de adolescência com a doçura que ele fez, é só para as pessoas de alma jovem mesmo. Enfim, Um Grande Garoto não é ácido como Alta Fidelidade, é leve e desprentesioso, a melhor pedida para quem está procurando ler só para desbaratinar.
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