Dia frio, perfeito para ler livrinho e assistir filme. E foi o que eu fiz, muito embora o tal do filme fosse um tosquérrimo chamado Clockstoppers, o livro ainda é o bom e velho Um Grande Garoto. E sabe-se lá que química estranha é essa de tempo frio, filme tosco e Nick Hornby, só sei que fiquei meio deprê.
Deprê porque lendo o livro me senti um pouco como o Will, no sentido de ver os dias passando como “unidades de hora”. Eu tenho feito disso e perdido chances ótimas de crescer. É aquela história: na faculdade sei que me envolvo o mínimo possível, no trabalho idem. No fundo é viver achando que terei 23 anos uma outra vez, para aí então viver direito.
Eu poderia estar escrevendo meus livros. Tenho tantos projetos! Mas são sempre projetos. Bem como as versões bilíngües que eu e a Jô estávamos combinando de preparar. Projetos. Adoro sonhar, mas nunca faço nada. E vou levando, levando…
O resultado é que tenho 23 e me sinto com 17. Com a diferença que eu sinto a cobrança dos 23, coisa que não sentia quando tinha 17… Difícil colocar isso em palavras… Mas se fosse para viver la vida loca como fazia naquela época, eu queria pelo menos o sabor da descoberta e da ingenuidade de novo…
… ou queria crescer de verdade. No sentido de não estar mais morando com minha mãe, ter minha casa, meu canto. Eu preciso colocar os pés no chão logo, e parar de perder tantas chances. Âhn. Deixa isso para lá, pira do momento. Da unidade de hora, eu diria.