Pirandinho

(Nota:acrescentar na lista do “não vou” o item ‘Me importar com o que os outros pensam de mim’)

Eu só queria saber porque cargas d’água isso acaba fazendo tanta diferença para mim ao ponto de me deixar puta da vida.

Só sei que estou um pouco cansada de ‘se’. Preciso colocar os pés do chão e deixar o Sonhar por uns tempos. Qualquer lugar que seja sim e não. Qualquer lugar em que não tenha esse monte de dúvida por nada.

Ninguém percebe?

A uma passante – Baudelaire

A rua em derredor era um ruído incomum,
longa, magra, de luto e na dor majestosa,
Uma mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;

Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.

Um relâmpago e após a noite! — Aérea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
So te verei um dia e já na eternidade?

Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado — e o sabias demais!

Gosto dessa poesia… sempre que estou sozinha na rua eu lembro dela.

Eu sei lá. Eu realmente não ligo se me chamam de feia, sem graça, antipática ou o escambau. Mas perco o chão se me chamam de vazia.

Desordem fora do comum na minha cabeça hoje. Vai ver é o chopp do Alemão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.