Porre homérico + sermão + sono dos justos + mãe me tirando da cama às 8hrs de domingo = eu, aqui, sem ninguém pra conversar e com idéias na cabeça.
Pelo menos foi mais um dia sem ressaca, mas ontem eu passei da conta. Não cheguei a passar mal, mas não tava legal. E por isso o sermão. Por incrível que pareça, não foi da minha mãe…
Mas vamos às idéias que valem mais a pena. Eu estava pensando aqui, que sempre digo que quero ser escritora… Então uma hora eu tenho que começar, né? Aí lembrei de dois livros que tenho engavetados, que escrevi quando tinha uns 15, 16 anos.
Não, eu não estou pensando em procurar editoras com aqueles rascunhos. Eu estou pensando em aproveitar a história como um esqueleto, e dar um corpo novo para ela. Mas um corpo com um algo a mais… é difícil colocar em palavras, mas aqui na minha cabeça está bem explícito.
O caso é: quando eu escrevi esse livro, eu era adolescente e estava convivendo com uma geração diferente de adolescentes. Nós estávamos naquela fase do “ficar”, e não do “Tenho 14 anos e acho que sou lésbica”. Nossas descobertas seguiam de forma mais lenta, era um processo realmente gradual.
O problema de não amadurecer gradualmente é que a medida que se fica mais velho, sua vida fica mais vazia: a falta de descobertas, de algo novo, faz uma grande diferença. Bom, e tem outra coisa… na época que escrevi esses rascunhos, eu me achava super “gente grande”. Vendo as coisas de onde estou agora, percebo como isso é patético.
Enfim, essa geração de hoje seria muito mais feliz no futuro se tentassem ser como é a Ray. Ela não é uma garota estúpida, nem ingênua: tem noção do que acontece ao redor, mas nem por isso fica buscando experiências que deveria ter com seus 18, 19 anos, por exemplo. Isso me faz até mesmo questionar quem são, de fato, os adolescentes “maduros”.
Whatever, o fato é que acho que vou aproveitar minha visão juvenil, reescrevendo o livro, atualizando, moldando, colocando novas referências… em suma, escrever algo que “foi”. Deixar um registro mesmo. Ou seria uma mensagem?
Ok, amadurecendo a idéia ainda. Vou aproveitar as férias para trabalhar pelo menos um dos livros e ver se estou só pirando errado ou se dá para tirar algo de bom dali. Como eu já disse, se quero realmente ser escritora, uam hora eu terei que começar, não?