“O bom de estar aqui é saber que você não pode ir mais pra baixo” – JOHN CONSTANTINE
Tá aí uma das melhores coisas que me rendeu a leitura de Sandman. A primeira vez que eu tive contato com as histórias do John foi no arco de histórias Prelúdios e Noturnos e, claro, foi paixão à primeira vista. Comecei a procurar por Hellblazer, Vertigos Especiais… onde fosse que aparecesse o mago, eu estava lendo.
O que faz do Constantine um personagem tão especial? Ele é canalha. Foge completamente do esteriótipo do “mago esquisitão todo vestido de preto”, na verdade, parece um malandro bastante comum. Fuma compulsivamente, mente mais compulsivamente ainda, apronta com Deus e o mundo (ou deveria dizer “diabos” e o mundo?), é mulherengo, além de sempre ter uma tiradinha sarcástica na ponta da língua ferina. Oh, well. Ele é inglês, o que mais podia se esperar, né?
Aliás, o que podia se esperar de um personagem criado por Alan Moore, além de algo completamente diferente do convencional? Constantine apareceu pela primeira vez Em Monstro do Pântano e não levou muito tempo para ganhar um título próprio, Hellblazer (que dependendo do humor das editoras, vez ou outra sai por aqui ¬¬). Mas como figurinha carimbada da Vertigo, é certo que se pode cruzar com ele em outros títulos, como o já mencionado Sandman e também Os Livros da Magia. Outro bom momento nas histórias do John está em A Brigada dos Encapotados, onde ele destila seu humor britânico entre outros colegas bruxos como Mister Io, Vingador Fantasma e Doutor Oculto. Uma amostra:
“Então tá. Vou até a esquina comprar cigarros e um pouco de sanidade. Eu volto assim que vocês organizarem suas psicoses.”
Para fazer um breve resumo da história do Constantine: ele é um mago (assim como outros membros de sua família), que ainda nos tempos em que tocava em sua banda de rock, a Mucous Membrane, mandou literalmente para o Inferno a alma de Astra, uma garota inocente. Depois disso, as coisas nunca mais foram as mesmas para Constantine, que no meio de suas histórias que lidam com o sobrenatural, trabalha também assuntos como solidão, câncer, homossexualismo, armas atômicas e drogas.
Ótimos artistas já criaram histórias de Constantine. Nessa hall de figurinhas carimbadas, dá para citar Grant Morrison e Neil Gaiman como argumentistas e David Lloyd e Dave Mckean como ilustradores. Definitivamente, não é pouca coisa para um personagem que foi criado como coadjuvante, não?