O texto é do Grant Morrison com arte de Philip Bond e D’Israeli. se for fazer uma análise bem seca da história, dá para pensar que o Morrison assistiu Assassinos por Natureza e foi escrever. Mas ele tem um estilo tão forte que, mesmo a idéia do filme sendo bem parecida com a da hq, a última apresenta detalhes que marcam um ponto final nas comparações.
Do começo. A história é sobre uma adolescente (não dão o nome) típica. Tem problemas com os pais, se sente oprimida pela escola, não está feliz com o namoro… até que aparece o Pippa Huxley ()para virar a vida dela de cabeça para baixo. Para se ter uma idéia do que vem a seguir, a Tudo em Quadrinhos apresentava na época essa propaganda como “um quase manual de sexo, drogas, anarquia (e é claro, assassinato), dos anos 90”.
A história tem momentos muito bons, como a garota e Pippa assaltam uma confeitaria (e as conseqüências disso), sem contar a ótima crítica à rebeldia sem causa que é uma constante – não só nos anos 90.
Para finalizar, a frase que marcou meus 18 anos:
“E eu pensei: por que não? Por quê? Há um mundo lá fora. Um mundo de bebida e drogas e música. Um mundo de táxis pra casa às cinco da manhã. Por que eu deveria estudar para as provas quando poderia ser uma dançarina de auditório de algum programa de TV de madrugada para menores de 25 anos? Eu quero ser a garota que os rapazes querem. Aquela com peitões, um grande sorriso e nada na cabeça. Quero ser uma menina levada antes que seja tarde. Por que não?”