A única parte chata é que não é muito famosa aqui no Brasil, o que faz com que as editoras responsáveis simplesmente não se preocupem com os colecionadores e afins. Das que eu tive contato, sei que a primeira a lançar Dylan Dog aqui foi a Record, que depois de dois anos cancelou. Veio a Conrad, que foi só até a número seis (sendo que a maioria só consegui achar na Itiban, uma comic shop daqui de Curitiba).
E agora a responsável é a Mythos, que estava lançando bonitinho mensalmente e com boa distribuição em todas as banquinhas da cidade, até que no número 7 começou um blábláblá de virar bimestral e até agora não vi a número 9 para vender. Céus, vou ter que aprender Italiano para ler Dylan Dog?!
Chega de reclamação, vou comentar sobre a HQ em si. Embora hoje em dia pareça uma idéia meio batida, em 1986 um detetive que lida com o sobrenatural ainda era um mote raro nas HQs. Ainda mais interessante é a personalidade do Dylan Dog, que é bem trabalhada ao longo das aventuras. Diga-se de passagem, o sujeito é um cara cheio de manias, como tocar clarinete enquanto pensa nos casos que deve solucionar (lembra Sherlock Holmes e seu violino, não?), montar um galeão em uma garrafa (sempre acontece algo que o impede de completar o galeão) entre outras.
Mas sem sombra de dúvidas, a melhor parte fica por conta do assistente, Groucho. Cópia de Groucho Marx, o sujeito sempre tem uma ótima sacada (além de sempre salvar o amigo nos momentos mais perigosos ^^). Chega um momento que você já gosta tanto da personagem que começa a esperar pelo próximo quadrinho em que ele vai aparecer com mais um de seus trocadilhos ou piadas.
Zumbis, fantasmas e a própria Morte. Não tem nada de sobrenatural que não apareça nas histórias de Dylan Dog. E o que é mais bacana: o texto é muito bom. A maior parte das histórias que eu li foram escritas por Tiziano Sclavi, o criador do personagem. Recheado de ótimos jogos de palavra, um monte de referências literárias e musicais… E tem uma coisa que agrada meu lado noveleiro: o Dylan é um romântico incurável e em cada história sempre acaba se apaixonando por suas clientes (isso lembra aquelas histórias de detetives antigas).
Com relação a arte, é toda p&b, o que causa a estranheza de quem não está muito habituado mas que não interfere em nada. Das revistas que li peguei os trabalhos de Luigi Picatto, Gianpiero Casertano, Andrea Venturi, Montanari & Grassani, Corrado Roi e Ambrosini. Todos valem a pena conferir, embora eu tenha gostado mais da arte do Roi (pura opinião pessoal, não sou especialista no assunto). Uma curiosidade com relação as capas das edições lançadas pela Conrad, é que todas elas foram desenhadas pelo Mike Mignola.
Dylan Dog de Corrado Roi
Se for fazer um top 5 das histórias que li até agora (algumas que saíram pela Record que eu li na Gibiteca eu até colocaria aqui, mas não lembro dos títulos, hihihihi), ficaria mais ou menos assim:
1. Johnny Freak
2. Memórias do Invisível
3. Partida com a Morte
4. Cagliostro
5. O Túnel do Terror
E como curiosidade, dois links:
1. O segredo do sucesso de Dylan Dog:
http://www.ubcfumetti.com/dd/pres_po.htm
2. Sobre o filme “DellaMorte DellAmore”, inspirado no Dylan e com o gostoso do Rupert Everett:
http://www.cinedie.com/dellamortedellamore.htm
Um comentário em “Judas Dançarino!”