Quem já está acostumado com os livros sabe que Charlaine Harris descobriu ali um jeitinho de garantir o ganha pão, e estica a narrativa ao máximo, dando pouco tempo de intervalo entre os acontecimentos. Aqui Sookie começa lidando com os eventos de Dead and Gone: se recuperando da tortura que sofreu na mão de fadas (é estranho usar fadas para homens, se alguém tiver alguma tradução para fairies que seja masculina me avisa _o/ ) e da morte de Claudine, está “casada” com Eric, a cidade ainda reage a “saída do armário” dos shifters e por aí vai.
O enredo de Dead in the Family acaba se dividindo em três pontos-chave: Claude passa a morar com Sookie, que se sente ameaçada não só por ele mas por outras fadas que possam culpá-la pela morte de Claudine; Sookie tenta fazer com que Bill se recupere do envenenamento por prata e descobre que ele tem uma “irmã” vampira que pode ajudá-lo e o criador de Eric faz uma visita ao Fangtasia, trazendo junto um “irmão” vampiro do viking que pertenceu à família Romanov (uou!).
A verdade é que Sookie pouco se encontra em perigo, parece que os problemas ficam mais para as personagens periféricas, digamos assim. Há uma diferença enorme entre a garota dos primeiros livros para essa, que chega a matar um dos vampiros de Victor Madden, o representante do Rei que claramente quer ser o xerife da região. E enquanto vemos uma Sookie mais forte, é triste ver o que Charlaine está fazendo com Eric, que parece estar enfraquecendo e perdendo aquelas características que faziam dele uma personagem tão legal.
Não só pela fraqueza dele diante da presença do criador – que não, não é o Godric da série, mas um romano chamado Appius Livius – que quase acaba sendo destruído (e Pam junto!) por um vampiro mais novo do que ele (o Romanov, que seria lá do começo do século XX, enquanto Eric tem mil anos). Fez falta um pouco daquela frieza e egoísmo típicos dele (que não conseguiram ainda passar muito bem para a tela, vale dizer).
Enfim, o livro é rápido e indolor (hehe), mas não é dos melhores da série, não. Eu compreendo que saltos temporais acabariam esculhambando a história depois de muitos anos de publicação, mas às vezes fico com a sensação que a Laurell K. Hamilton sabe lidar melhor com isso ao escrever as histórias da Anita Blake. Talvez seja aquela coisa que sempre falo sobre uma das maiores qualidades de Sandman, o fato de ter um fim. Sempre é bom saber quando acabar, certo?
Por acaso o Romanov se chama Alexei? =B
lol, sim ^^