O Efeito Streisand é um fenômeno da Internet onde uma tentativa de censurar ou remover algum tipo de informação se volta contra o censor, resultando na vasta replicação da informação. Exemplos de tais tentativas incluem censurar uma fotografia, um número,um vídeo,um arquivo ou um site. Ao invés de serem suprimidas, as informações rapidamente recebem uma extensiva publicidade, sendo largamente publicadas em diversos outras fontes e sites de relacionamentos, intensamente procurada em buscadores (como o Google) ou distribuídas em sites de compartilhamento de arquivos.
Ou, trocando em miúdos, quando na tentativa de abafar algo a pessoa acaba tacando mais lenha na fogueira. Um excelente exemplo disso é o caso da dona Cicarelli, que para evitar que assistissem seus chamegos no mar achou que a melhor saída era acabar com o YouTube no Brasil (WTF?!!). O que poderia ser assunto de um final de semana acabou se estendendo por muito tempo, até pelo absurdo da situação. E bem, acho que mesmo minha vó deve ter visto o tal do vídeo.
O nome do tal “efeito” vem da cantora Barbra Streisand, que certa vez resolveu processar um fotógrafo e um site em 50 milhões de dólares porque eles exibiram uma foto com vista aérea da mansão dela. Aí com o processo acabou que gente que nem acessaria a página em questão acabou indo fuçar, o que rendeu coisa de 420.000 pessoas visitando o site no mês seguinte (ahé, aposto que você achou que tinha algo a ver com o tamanho da napa dela!). Acho que com esses dois exemplos deu para sacar bem o que é o tal do Efeito Streisand, certo?
O negócio é que atualmente ele tem se tornado lugar comum no que diz respeito a batalha de empresas contra blogueiros que publicam opiniões desfavoráveis. O que mais tem por aí hoje em dia é blogueiro processado, o que fica claro se você passar os olhos no levantamento que o Alessandro Martins faz no Quero ter um blog. Desse jeito, quem é que vai querer ter blog, né?
Eu não quero entrar nem na questão da liberdade de expressão, porque eu acho que isso nem deveria ser discutido. O que me irrita é que aparentemente esse pessoal não só acha que isso é questionável, como para eles não basta um “direito de resposta” ou algo que o valha: tem é que apagar o post, o blog, tira tudo da tomada e sai correndo, meu filho. Estou comentando tudo isso agora porque fiquei sabendo hoje que a bola da vez é o blog da Denise Bottmann, o Não Gosto de Plágio.
Denise faz um ótimo trabalho pesquisando sobre plágios de tradução. Ela vai lá e através de citações mostra por a+b porque dá para dizer que uma tradução foi copiada de outra. E aí que ela foi falar da editora Landmark, que agora botou até o Google no meio. Deixo para vocês as palavras da própria Denise sobre o assunto: justiça e internet.
Mas o que fica martelando aqui na minha cabeça é: PRECISA DISSO TUDO, LANDMARK? Vamos cair na real, isso de se uma tradução é plágio ou não é interesse de uma minoria, coisa de nicho. Lá no Meia Palavra (oi, fórum só de leitores) mesmo eu já li um punhado de vezes de algumas pessoas que elas simplesmente não dão a mínima se uma tradução é plágio ou não, querem é ter um livro x por preço satisfatório.
Eu me importo. E outros usuários do Meia, mas mesmo nós que nos importamos sabemos que somos minoria, e que certamente os posts de Denise não prejudicariam os lucros da Landmark. Seria meia dúzia de gato pingado que leva a sério o trabalho de tradução aqui no Brasil. Só que sabe o que eles conseguiram com esse processo truculento, envolvendo REMOÇÃO IMEDIATA DO BLOG? Sim, pequeno gafanhoto, Efeito Streisand.
Porque agora não será só a Denise falando, nem os poucos que se importam com tradução. Serão todos os que já foram prejudicados por empresas como a Landmark, todos que acreditam no direito de liberdade de expressão, todos que não suportam ver esse abuso contra pessoas que sequer tiram sustento de seus blogs. Se você também não gosta de injustiça, divulgue o post da Denise falando sobre o caso -> http://naogostodeplagio.blogspot.com/
Editado: Exemplo de um jeito legal de responder críticas negativas na internet. Hoje a tarde a Gazeta do Povo publicou uma crítica sobre o novo cardápio do Madero. Postou uma foto de um cheeseburguer que não tinha queijo. O que o Durski fez? Deu piti? Mandou apagar o post? Processou? Não. Simplesmente mandou um email explicando o ocorrido, que foi publicado no artigo em questão.
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