Porque World War Z é daqueles livros que te conquistam já nas primeiras páginas, e aí você quer conversar sobre ele, é claro. Só que aí você sugere a história para alguém não muito iniciado ao “mondo zombie” e então a pessoa faz a maior cara de que você não pode estar falando sério. E bem, eu estou. É um dos melhores livros que li, de todos os tempos. Daqueles que você desejaria ter escrito, entende? Daqueles que fazem a diferença no seu dia, não são só uma história legal (embora ei, eu não tenho nada contra histórias legais, muito pelo contrário).
Com o subtítulo já dá para entender do que se trata World War Z: An Oral History of the Zombie War. Tomando a definição do Umberto Eco emprestada1 Brooks coloca na história um autor-modelo, que foi responsável por coletar depoimentos dos sobreviventes da dita Zombie War. Assim, dá para dizer que o livro divide-se em capítulos maiores, que indicam o tema principal dos depoimentos que serão apresentados (Total War, Goodbyes, etc.) e dentro desses capítulos temos “subcapítulos”, os relatos em si.
E o interessante é que cada relato acaba tomando a forma de um mini-conto, excelentes mini-contos diga-se de passagem. Com um pé na realidade, você acaba se deixando levar pelo mundo (re)criado por Brooks. E é impressionante ver o cuidado que ele teve em imaginar as consequências de uma invasão zumbi em cada país, como aconteceria na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, na China, no Japão… até o Brasil aparece.
E não é algo irreal, aquelas distopias que te fazem pensar que estão bem longe de acontecer. E o que assusta de verdade é que não precisa ser uma invasão de zumbis. Terrorismo, um novo vírus letal, quaquer coisa. Entre um relato e outro o que mais fica em evidência é o que outros autores como Saramago em Ensaio sobre a Cegueira e Cormac McCarthy em A Estrada já alertaram: o que consideramos ‘humanidade’ se sustenta por um frágil fio.
Talvez o único ponto negativo seja a questão de que, sendo as histórias transcrições de relatos, talvez tenha faltado mais marcas orais que diferenciassem as personagens entre si. Mas aí eu já estou sendo chata, acho. No geral, é simplesmente um livro daqueles imperdíveis. Algumas histórias ainda estão na minha cabeça, como a do sujeito que comercializou uma suposta cura para o vírus, ou ainda a do gênio que elaborou o plano para derrotar os zumbis. Se você lê em inglês, não perca tempo e procure para ler.
lá do Seis Passeios pelos Bosques da Ficção, recomendo a leitura ↩
Interessante. É melhor que o guia de sobrevivência? Eu achei esse bem chato.
eu não li o guia de sobrevivência então não sei dizer se é melhor ou não. mas acho que apesar do tema semelhante (zumbis) o tom é bem diferente. pelo que vi do guia ele me parece obviamente tender para o humor, e como comentei já nos primeiros parágrafos aqui sobre o world war z, ele não tem nada de cômico.
Ok, vc me convenceu, vou comprar
Anica,
Tudo bom? Caí de pára-quedas aqui ao procurar curiosidades sobre o WWZ. Comprei o livro mas ainda não li – pretendo acabar o Survivla Guide primeiro; e é sobre esse que quero deixar o meu comentário.
Assim como o WWZ, o Survival Guide tem um tom super sério, algo como se fosse um real guia de sobrevivência contra um ataque de zumbis.
Apesar de ele estar classificada como humor (até agora não entendi o motivo disso), a cada página lida você fica com a estranha sensação no peito de que tudo aquilo, incluindo os relatos históricos e tudo mais, não podem ser obra de ficção.
Depois que eu acabar de ler o Survival (li quase metade de ontem para hoje) eu passo para o WWZ e deixareis os meus pitacos por aqui.
Ah! Comprem uma bicicleta! ; )
Abraços,
.faso
Agora fiquei morrendo de vontade de ler! 🙂