De primeira você pensa que será uma coletâneas de resenhas, o que em teoria é. “Frenesi Polissilábico” é a reunião das colaborações de Hornby para um jornal meio alternativo, chamado The Believer. A questão é que você mal começa a ler e já se dá conta que a idéia vai além, porque ao falar sobre livros, Hornby acaba fazendo um belo livro sobre o que é ser leitor. E é aí que ele nos fisga, porque em vários momentos você acaba se reconhecendo no que ele está falando (seja no “sofrimento” ao se obrigar a ler determinados livros até o fim, ou seja o prazer da descoberta de uma obra, por exemplo).
Eu li a versão em inglês (The Complete Polysyllabic Spree, cuja capa ilustra esse post), então não sei bem como ficou a brasileira. Sei que a edição da Penguin além das críticas tem também alguns trechos das obras das quais os Hornby está falando (como por exemplo, Persépolis), o que obviamente serve para encher o leitor de vontade de conhecer algumas das obras que ele apresenta.
O bacana é que entre uma piração e outra (a parte do Hornby falando sobre ter que existir uma explicação clara para quando alguém leva um tiro é impagável) o autor deixa clara sua posição sobre a função da leitura: dar prazer. Por isso ele não se envergonha de abandonar livros e mais ainda, insiste na ideia de que nem sempre um grande clássico foi feito para você e que não há nada de errado em dizer que gosta mais de um determinado livro do que nomes como Dostoiévski ou Voltaire.
É realmente muito divertido, perfeito para quem gosta de ler. É quase como se você estivesse em uma mesa de bar falando com seus amigos sobre os últimos livros que leram e compraram. Aparentemente é uma trilogia, não sei se chegaremos a ter tradução dos outros dois livros aqui no Brasil. O meu parece ter o conteúdo de dois: Polyssyllabic Spree e Housekeeping vs. Dirt (se bem que estava dando uma olhada no índice do segundo e parecem os dois últimos meses na minha edição). A última tem um título genial, chama-se Shakespeare Wrote for Money, com as colunas de agosto de 2006 até setembro de 2008.
A única parte chata é que tenho aí uns 9 livros que acabaram de chegar, e já estou morrendo de vontade de comprar alguns dos quais ele falou. Haja dimdim, ahn?
Eu gosto do Hornby, apesar de ter não ter me dado muito bem com A Long Way Down. Esse parece bem interessante, mas acho que vou esperar alguém comprar e me emprestar…
eu nem vou dizer que empresto o meu pq vc mora longe :g:
Eu dei uma bizoiada numa livraria outro dia, mas acabei não comprando ainda… até porque comprei o Slam há séculos e ainda não li… tenho que me atualizar em Hornby.