Juno

juno-poster.jpgUm dos principais filmes com mais de uma indicação para o Oscar é Juno, que chegará nos cinemas brasileiros semana que vem. Apontado como o Pequena Miss Sunshine deste ano, eu acho que a comparação entre um e outro acaba na questão de ser um filme independente. Não que Pequena Miss Sunshine seja ruim, é até bem bacaninha. Mas você vai demorar para ver no cinema história mais doce do que a de Juno.

E não é doce no sentido grudendo e meloso. É doce porque não há qualquer grande drama na história, não há personagens maus e mesmo assim você segue do começo ao fim querendo saber o que acontecerá com Juno, a menina que dá o nome do filme.

O roteiro de Diablo Cody (que já foi stripper, blogueira e agora é roteirista) nos prende durante toda a história justamente por não apelar para a pieguice. É como se fosse recortado um momento da vida da protagonista, e só. O mais bacana: Juno, a adolescente que descobre aos 16 anos que está grávida, é uma adolescente de fato. Nada da babaquice que impera hoje em dia do adolescente-maduro, ou o adolescente-imbecil.

É uma adolescente, naquilo que a idade permite ser. Tem as confusões, tem as certezas. Tem lá sua lista do que é um comportamento legal, do que é uma pessoa legal, do que são filmes e músicas legais. Em nenhum momento Juno enxerga as personagens mais velhas de um pedestal de sabedoria que não tem. Tanto que quando ela vai dar “um esporro” em um adulto, ela acaba se comportando como a pessoa da idade que tem, batendo a porta e dizendo que Sonic Youth é uma droga.

É realmente um filme muito gostoso de assistir. E sabe do que mais? Fazia tempo que eu não assistia um filme que acabasse dando vontade de procurar pela trilha sonora. E digo desde já: assista ao filme, escute o disco. A trilha é tão doce quanto à película. A começar por “All I Want is You” de Barry Louis Polisar, até às faixas de Belle&Sebastian e a música interpretada pela própria Juno (Ellen Page) e seu namoradinho Paulie Bleeker (Michael Cera).

Não perca a oportunidade de conferir. No final das contas, vivemos sempre em dois extremos (os filmes imbecilóides e aqueles cabeças demais), que não custa vez ou outra tirar férias e assistir uma história bacana, bem contada (e com ótima trilha). Sei que não há a menor chance de Juno levar três dos quatro Oscar para o qual foi indicado, mas ficaria feliz se pelo menos o roteiro fosse premiado. Até começaria a achar que o Oscar não é tão injusto assim.

6 comentários em “Juno”

  1. Anderson "Mené" Vieira – Brazil – Ainda não sei o que falar sobre mim. Na verdade eu sei mas eu não quero assustá-lo logo de cara. Quero fazer isso aos poucos.
    Menegoth disse:

    Hum…vou ver também ai a gente conversa…pior que é… faz tempo que não tem um filme com uma boa trilha sonora.

  2. Eu quero ver, mas minha idas no cinema nesse ano simplesmente não começaram ainda. Sério, eu acho que vou ter que começar a abandonar minha namorada pra trás.

  3. Alexandre Esposito – Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Mas trago na cabeça uma canção do rádio em que um antigo compositor baiano me dizia "tudo é divino, tudo é maravilhoso".
    Alexandre Esposito disse:

    Eu particularmente gosto bem mais de Pequena Miss Sunshine, mas adorei Juno. Dei nota pra cima de 80 até!

    E acho que a semelhança entre os dois vai um pouco além só do fato de serem independentes. Tem algo no visual que eu não sei explicar que também me lembra bastante os dois (e não estou falando da tira da Olive e do Bleeker na cabeça).

    A trilha sonora é foda mesmo. Thanks to Juno conheci The Moldy Peaches (responsáveis pela música do fim, que vc citou, e que é um dos momentos mais cutis e simpáticos que pode haver em um filme).

    E fica tranquila, Roteiro Original já é deles. É quase barbada.

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